Não tenhas medo
‘Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim.’ João 14:1
Estamos passando por um tempo em que o medo invadiu a todos, inclusive a alguns cristãos. O medo gerado pelo COVID-19 é outro vírus ainda mais contagioso e mais virulento do que o próprio COVID-19. O pânico que gera é, portanto, uma pandemia mais grave do que a do COVID-19.
No entanto, o Senhor Jesus Cristo nos assegura que não temos absolutamente nenhum motivo para nos preocuparmos em tal situação, se pelo menos acreditarmos nele. O medo nunca ajuda a superar uma situação difícil, pelo contrário, apenas torna as coisas piores.
Medo, uma poderosa arma de destruição
O medo é realmente uma arma que o diabo sempre usou para desestabilizar e destruir seres humanos. Da mesma forma, na guerra, uma das principais estratégias usadas para desestabilizar o inimigo é a do pânico. A primeira batalha acaba sendo com os pensamentos. Se uma das partes perde a batalha de pensamentos, perde todas as chances de ganhar a guerra. Se você ceder ao medo do inimigo, você já está derrotado antes mesmo do início da guerra real.
Lembre-se da guerra entre os filisteus e o povo de Israel durante o reinado de Saul em 1 Samuel 17. Os dois exércitos acamparam em ambos os lados do vale, cada um preparado física e materialmente para a guerra. Mas os filisteus deram um grande passo à frente dos israelitas precedendo a batalha real com a do medo. Um gigante chamado Golias, com cerca de três metros de altura, armado até os dentes, foi responsável por espalhar o terror no campo de Israel, de manhã e à noite. Os israelitas estavam aterrorizados com sua estatura imponente, sua armadura pesada e suas ameaças arrogantes. Certamente estavam prestes a se render e entregar todo o povo como escravos aos filisteus, quando finalmente, no quadragésimo dia, o diminuto Davi que, apesar de todas as ameaças e intimidações (provenientes tanto de seus companheiros quanto de Golias), conseguiu derrotar Golias usando um único estilingue!
O medo destrói todo o sistema de defesa, começando com as armas de defesa mental. Isso leva a um profundo desânimo, total falta de concentração e tendência à inação ou a ações inapropriadas ou até perigosas. Também ataca as armas de defesa espiritual, especialmente a fé em Deus, o verdadeiro escudo do cristão (Efésios 6:16). Finalmente enfraquece a defesa física (o sistema imunológico), dando livre acesso a qualquer germe e doença para destruir o corpo dessa pessoa. Portanto, a experiência de Jó poderia ser sua: ‘O que eu temia veio sobre mim; o que eu receava me aconteceu.’ (Jó 3:25).
Por que não devemos ter medo?
Deixe-me compartilhar com você três razões para não ceder a esse sentimento. Eu acho que elas podem nos encorajar e nos manter longe de sermos dominados por esse flagelo.
1. Deus nos assegura sua proteção
O primeiro objeto desse sentimento é o medo de ser infectado pelo vírus e, portanto, de contrair a doença. Mas a Palavra de Deus contém muitas promessas do Senhor a respeito de nossa preservação de todo perigo.
No Salmo 91, foi dito nos versículos 5 a 7: ‘Você não temerá o pavor da noite, nem a flecha que voa de dia, nem a peste que se move sorrateira nas trevas, nem a praga que devasta ao meio-dia. Mil poderão cair ao seu lado, dez mil à sua direita, mas nada o atingirá.’ (Salmos 91:5-7)
Como os filhos de Israel, residentes em Gósen, foram salvos das pragas no Egito, Deus nos assegura sua proteção durante esta pandemia e qualquer outro flagelo. Nosso Goshen é Jesus, e somos marcados por seu sangue. Se permanecermos sob seu abrigo, nenhum mal pode vir sobre nós, a menos que seja Sua vontade.
Esta não é, no entanto, uma licença para não cumprir as regras de proteção recomendadas pelas autoridades nacionais e internacionais. Pelo contrário, a Bíblia nos encoraja a nos submetermos plenamente a essas disposições e incentiva nossos parentes a fazê-lo.
Na noite em que os filhos de Israel saíram do Egito, o próprio Deus havia recomendado que cada um deles ficasse trancado em sua casa, depois de marcar os lados e as partes superiores do batente da porta com o sangue do cordeiro da Páscoa. Assim, eles não seriam afetados pela última praga com a qual ele atacaria o Egito: a morte dos primogênitos (Êxodo 12). Se alguém, por negligência ou teimosia, não marcasse sua casa com o sangue do cordeiro pascal, ou ficasse do lado de fora, ou mesmo circulasse livremente, certamente seria afetado por essa ferida. Portanto, devemos nos submeter às medidas preventivas recomendadas, ao mesmo tempo que sabemos que é Deus quem nos protege primeiro.
2. Temos uma vitória definitiva sobre a morte
No final, do que todo mundo tem medo? É o simples fato de contrair a doença que tanto assusta? Obviamente não! De fato, é o medo da morte que faz as pessoas tremerem acima de tudo.
A morte é o objeto final e último de todo medo. As pessoas tremem diante da morte porque não sabem o que acontecerá depois dela. A morte deriva sua força aterradora do fato de permanecer um mistério totalmente desconhecido e impenetrável para o homem natural. E a incerteza desse desconhecido que gera medo na maioria dos seres humanos.
De fato, por terem medo de morrer, eles inconscientemente temem o inferno, reservado para o diabo, demônios e todos aqueles que não aceitaram Jesus Cristo durante sua vida como seu Salvador e Senhor pessoal.
Por outro lado, se estamos confiantes de que fomos reconciliados com Deus através do sacrifício de Jesus Cristo na cruz, não precisamos temer a morte. Se nascemos de novo, também devemos ter certeza de nossa vitória completa e final sobre a morte. O apóstolo Paulo poderia exclamar: ‘Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?’ (1 Coríntios 15:55).
O rei Davi, o homem segundo o coração de Deus, diz: ‘Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem.’ (Salmos 23:4)
Sadraque, Mesaque e Abednego, enfrentando a ameaça da fornalha ardente, afirmaram com confiança inabalável: ‘Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das suas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer’ (Daniel 3:17-18). Que segurança diante de uma ameaça iminente de morte!
Temos certeza de que nossa aliança com Deus em Cristo nos preserva da morte antes do tempo planejado por Deus. O Senhor pode nos proteger de qualquer doença grave e terrível; mas se ficarmos doentes, ele também poderá curar-nos e livrar-nos da morte física. E, apesar de tudo, se acontecer que ele permita, por sua soberania insondável, que a morte prevaleça sobre qualquer doença, estamos certos de que seria apenas uma passagem para a eterna alegria e felicidade, infinitamente mais do que aquilo que poderíamos ter experimentado nesta terra! ‘Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro.’ (Filipenses 1:21).
Billy Graham poderia declarar antes de sua morte: ‘Algum dia você lerá ou ouvirá que Billy Graham está morto. Não acredite em uma palavra. Estarei mais vivo do que estou agora. Apenas mudarei de endereço. Eu terei entrado na presença de Deus.’
Essa também deve ser a confiança de cada um de nós, se estamos verdadeiramente em Cristo.
3. Somos portadores da vida
Na situação atual, onde todos estão estressados e perturbados, e muitos estão desesperados; nós, filhos de Deus, somos os únicos que podem realmente comunicar esperança e paz ao mundo. Se o mundo está com medo e nós, cristãos, também temos medo, quem tranquilizará quem? Se estivermos desencorajados, como os incrédulos, quem confortará e encorajará os outros? Quem poderá transmitir esperança e nova vida às almas perturbadas, se não nós que cremos em Jesus Cristo?
Além disso, esses tempos são mais do que favoráveis à proclamação do evangelho. E se estivermos cheios de medo, que mensagem daremos ao povo? Podemos dizer-lhes firmemente que Jesus Cristo está chegando em breve e que eles precisam se arrepender e crer nele antes que seja tarde demais?
Com medo, como podemos orar? E se orarmos, nossa oração seria eficaz? Certamente não!
Jesus disse a Pedro: ‘Simão, Simão, Satanás pediu vocês para peneirá-los como trigo. Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E quando você se converter, fortaleça os seus irmãos.’ (Lucas 22:31-32).
O medo, como vimos acima, é um inimigo da fé. Ele destrói nossa fé e nos paralisa espiritual, psicológica e fisicamente. Portanto, sejamos fortalecidos em nossa fé em Jesus Cristo. E, aliviados de todo medo e preocupação, vamos nos levantar para resgatar as almas aflitas.
Shalom!
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Luc Mahougbe Kouwanou é Representante de Área do ICMDA para a África Ocidental Francófona
Tradução: Médicos de Cristo
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