Pegue sua cruz e siga Jesus

‘Então Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me… …Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mateus 16:24-26 NVI)

Adoniram Judson (1788-1850) foi um missionário batista e o primeiro clérigo americano a levar o evangelho ao povo budista da Birmânia. Logo após sua nomeação, aos 25 anos, ele propôs casamento a Ann Hasseltine, com o que alguns poderiam chamar de oferta não romântica: ‘Dê-me sua mão para ir comigo às selvas da Ásia, e morra comigo na causa de Cristo.’

Judson, que já sabia latim, grego e hebraico, imediatamente começou a estudar a língua birmanesa. Ele viu seu primeiro convertido depois de sete anos e levou 20 anos para traduzir a Bíblia para o idioma local. Ele voltou aos EUA apenas uma vez em seus 37 anos no exterior, ficou viúvo duas vezes e seis de seus filhos morreram na selva. Ele foi preso e acorrentado durante a guerra anglo-birmanesa e, ao ser liberto, pediu para ser transferido para outra província para continuar pregando o evangelho. O governante disse-lhe: ‘Meu povo não é tolo o suficiente para ouvir o que um missionário pode dizer, mas temo que eles possam ficar impressionados com suas cicatrizes e se voltarem para sua religião!’ Jeremy Camp, em seu livro Eu ainda acredito, disse: “Aprendi que o sofrimento não destrói a fé, mas a refina”.

Durante a Páscoa, somos novamente lembrados sobre a cruz de nosso Senhor e o que isso significa para nossa salvação como cristãos.

Hoje, antes de nos comprometermos com algo, geralmente queremos saber: o que ganho com isso? Ou, se alguém tenta nos persuadir a comprar algo queremos saber: o que você ganha com isso, qual é a pegadinha? Seja qual for a sua cultura, seja qual for o seu histórico, seja no mundo corporativo ou privado, é amplamente aceito que não existe almoço grátis.

Um jovem casal entrou em uma joalheria para comprar um colar com uma cruz, mas não conseguiam chegar a um acordo se queriam uma com o ‘homenzinho’ ou uma sem o ‘homenzinho’. Como diz o ditado, “muitas pessoas podem vestir uma cruz, mas poucas podem carregá-la”.

Olhando para a cruz de Jesus Cristo, existem dois lados: o Cristo que sofre e o Cristo vitorioso.

O apóstolo Paulo escreve: ‘Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus’. (1 Coríntios 1:18 NVI) Que contraste entre o que o mundo pensa e o que a Bíblia diz sobre a cruz.

A mensagem da cruz é escandalosa. É até ofensivo para aqueles que olham apenas com olhos humanos. Parece fraca – especialmente para aqueles que vêem a religião consistindo apenas de sinais, milagres e poderes. Parece pouco sofisticada – especialmente para aqueles que pensam que religião é sobre conhecimento e belos argumentos.

Os cientistas afirmam ter enterrado Deus – “Deus está morto”, como Nietzsche colocou. Mas para os cristãos, a cruz é uma mensagem de esperança para todas as pessoas: Jesus nasceu para morrer e ressuscitar. Essa foi a razão da encarnação. Na cruz, Jesus enfrentou o julgamento de Deus. Ele tomou a ira de Deus sobre si mesmo.

É apenas uma questão de ciência versus fé?

Como C.S. Lewis colocou em seu livro A Anatomia de uma dor: ‘Você nunca tem consciência do quanto de fato acredita em alguma coisa enquanto a verdade ou a falsidade dessa coisa não se torna uma questão de vida ou morte para você. É fácil dizer que você acredita que uma corda seja forte e segura, enquanto a está usando apenas para amarrar uma caixa; mas imagine que deva dependurar-se nessa corda sobre um precipício. Será que não iria primeiro descobrir o quanto na verdade confia nela?

Diante da morte, quase tudo – todas as expectativas externas, todo orgulho, todo medo de vergonha ou fracasso – simplesmente desaparece, deixando apenas o que é realmente importante.

Recentemente, o presidente ganês Akufo-Addo, ao mesmo tempo em que incentivava sua população a ficar em casa para combater o COVID-19, afirmou: ‘Nós [o governo] sabemos como dar vida à economia. O que não sabemos é como trazer as pessoas de volta à vida’. Essa citação simples, porém poderosa, se tornou viral no cenário internacional, rendendo-lhe muitas recomendações por sua liderança.

Ao considerar a pandemia atual, alguns podem sentir que a seleção natural está em ação. Outros consideram a visão de controle populacional de ativistas ambientais ou de direitos dos animais. O isolamento social deveria impulsionar seus argumentos? É claro que o cristianismo diz que não – o Senhor pagou o preço na cruz. Devemos ficar na brecha para os que estão sofrendo e os necessitados. Nós amamos uns aos outros como a nós mesmos. Defendemos os fracos e marginalizados, e somos uma voz para os que não têm voz. Proteger vidas – isso tem estado no centro da mensagem cristã o tempo todo.

A cruz era necessária? Pode alguma coisa boa sair da dor?

O apóstolo Paulo continua nos dizendo que o mundo em sua sabedoria não conhecia a Deus (1 Coríntios 1:21). O homem pode descobrir muitas coisas; o homem pode construir coisas impressionantes – mas com toda a sua sabedoria, ele não pode fazer o seu próprio caminho para Deus. Você nunca conhecerá Deus através da sabedoria do mundo.

Martin Luther King escreveu: ‘A medida final de um homem não é onde ele se encontra em momentos de conforto e conveniência, mas onde ele se encontra em momentos de desafio e controvérsia’.

Então, alguém pode perguntar: Onde está Deus quando há dor? Phillip Yancey, em seu livro, Decepcionados com Deus, fornece uma resposta reformulando a pergunta: ‘Onde está a Igreja quando dói?’

Nós somos a igreja. Nós somos Cristo em um mundo sofredor. Ao seguirmos o Senhor Jesus e estarmos cheios de seu Espírito, carregamos conosco o poder de Deus através da ressurreição.

John Wyatt, em seu livro Questões de Vida ou Morte, escreve: ‘O sofrimento não é uma pergunta que exige resposta, nem um problema que exige uma solução. É um mistério que exige presença.’

Santo Agostinho escreveu: ‘Visto que Deus é o bem maior, ele não permitiria que nenhum mal existisse em suas obras, a menos que sua onipotência e bondade fossem tais que produzissem o bem até mesmo a partir do mal’.

Quando confrontados com o sofrimento, nós, como o Senhor, podemos gritar: ‘Eli, Eli, lama sabachthani?’ o que significa: ‘Meu Deus, meu Deus, por que você me abandonou?’ (Marcos 15:34). Jesus estava sofrendo o pecado de todo crente no mundo, incluindo seus pecados e os meus, morrendo em nosso lugar. Por isso Ele veio.

Aqui está uma boa notícia: os pregos não prenderam nosso Senhor Jesus àquela cruz. O amor fez. Estou feliz. Chegou o domingo e nosso Senhor venceu a morte. ALELUIA! Estamos vendo e testemunhando o outro lado da cruz, a vitória. A Bíblia diz que, quando chegaram ao túmulo, o túmulo estava vazio, nosso Senhor está vivo. (Marcos 16:6)

Então, qual é a nossa parte nisso tudo?

Jim Elliot disse uma vez: “Ele não é um bobo que dá o que não pode guardar para ganhar o que não pode perder”. Nossa salvação é eterna. Embora possamos morrer, nos levantaremos com ele. Nós somos seres eternos.

Para o mundo, porém, esta vida é tudo o que existe. Viva e divirta-se enquanto durar. Os existencialistas argumentaram que a vida não tem significado ou propósito; todos somos apenas um monte de células ou carne. Como Richards Dawkins colocou: “O DNA não se importa nem sabe. DNA simplesmente é. E nós dançamos ao som dessa música.”

Ravi Zacharias, no entanto, ao refletir sobre a cruz de Jesus Cristo, escreveu: ‘Vivemos com a fome de verdade, amor, justiça e perdão. Há apenas um lugar no mundo em que estes convergem: é na cruz de Cristo, onde o amor perfeito e a justiça perfeita se uniram em uma morte na sexta-feira à tarde.’

Graças a Deus que o domingo está chegando. Nosso Senhor venceu o túmulo. Cantamos com Bill Gaither: ‘Porque ele vive, eu posso crer no amanhã.’ Nós também viveremos após a sepultura – nossa esperança não é em vão, viveremos com ele por toda a eternidade. (1Coríntios 15:12-19)

Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Romanos 8:38,39 NVI)

Feliz Páscoa a todos!


Tradução: Médicos de Cristo

 

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