Liderança em pandemias – seis princípios para nos guiar

A epidemia COVID19 tem lançado nações no caos completo. Medo e pânico têm dominado o mundo. Muitas nações estão lutando com o impacto do grande número de pessoas adoecendo e com os números crescentes de novas infecções. Muitas nações estão se preparando para essa eventualidade, mas estão lutando sem saber o que deveriam estar fazendo, já que a atual geração de líderes no mundo nunca enfrentou uma pandemia como essa antes.

Instituições e organizações de cuidado em saúde estão se esforçando com questionamentos de suas próprias respostas e com a segurança de seus funcionários. Instituições cristãs no mundo em desenvolvimento, desafiadas com suas restrições de recursos mas com o desejo de fazer a diferença em um contexto como esse, estão considerando o que devem fazer neste momento sem precedentes na história do mundo.

Como os líderes devem responder em um momento como esse? Se ouvimos as reportagens da mídia, escutamos histórias de líderes negando o problema, outros líderes entrando em pânico, outros usando o desenrolar dos eventos para seu posicionamento pessoal e político. Alguns outros têm tomado decisões que não possuem validade científica.

Como líderes do ICMDA e membros de organizações e instituições, como iremos responder? O que guiará nossas respostas? Abaixo estão alguns pensamentos para nos orientar, uma vez que cada um de nós é desafiado a dar respostas em um momento como este.

1.  Não se entregue ao pânico

Existe uma sobrecarga de informações circulando nas notícias e nas mídias sociais, e há uma epidemia de medo. Instituições, organizações e estados estão com medo e em pânico, tomando decisões reativas, motivadas por temores pela própria saúde e vida ou pelos impactos em suas instituições e economia.

Nos foi dado um espírito de coragem e sabedoria. Não devemos entrar em pânico e tomar decisões reflexas que impactarão negativamente nosso pessoal e nossa comunidade.

“Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.” 2 Timóteo 1:7

‘Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temerem, mas receberam o Espírito que os torna filhos por adoção, por meio do qual clamamos. ‘Aba, Pai’. Romanos 8:15

2. Seja lógico, racional e baseado em evidências

O pânico deve ser substituído por uma mente sã que considere logicamente as evidências emergentes e disponíveis. Analisando racionalmente os números, as tendências, as evidências emergentes de como e o que instituições e profissionais de saúde devem fazer, a fim de responder de maneira eficaz. O desafio que enfrentamos agora é que a evidência que temos é muito recente e as evidências que estão surgindo podem não ser relevantes para o nosso contexto local.

3. Inove se não tiver recursos

São nessas situações que precisamos ser criativos e inovadores. Deus nos deu sua natureza de criatividade. Existem muitas soluções inovadoras que podemos encontrar para tornar viáveis os sistemas de  trabalho. Muitas das  que foram utilizadas durante as epidemias de Ebola e SARS já estão sendo adaptadas.

Pense globalmente, mas aja localmente – entenda o que está acontecendo em todo o mundo, mas encontre maneiras de implementar soluções que sejam relevantes localmente.

Ao mesmo tempo, precisamos estar atentos ao contexto ascendente e às evidências para ter conhecimento das tendências e padrões. Isso nos ajudará a fundamentar nossas respostas de forma sábia considerando a realidade do cenário global, mas essas respostas precisarão ser adaptadas ao contexto local.

4. Seja compassivo e proteja os mais vulneráveis

Precisamos proteger a nós mesmos e aos nossos colegas, mas nossa responsabilidade também é proteger os mais vulneráveis ​​em nosso meio. É importante refletirmos sobre quem é o mais vulnerável e encontrar formas de protegê-lo, evitando a disseminação e cuidando deles, se necessário.

Entenda e ajude outros a entender que somos chamados a ser canais de esperança ’em um tempo como este’.

Nenhum de nós, nesta geração, já teve que enfrentar uma pandemia como a de agora. Porém, ao olharmos para a história das pandemias e das respostas a elas, entendemos que Cristãos na área da saúde foram pioneiros e responderam com coragem e compaixão. Nós somos parte de tamanho legado. Nós estamos nesta geração para sermos canais de esperança como nossos antepassados que deixaram tal legado para nós.

 Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?Ester 4:14

5. Tenha fé em Deus, reflita e aprenda o que Ele está nos ensinando

No meio de tudo isso, apegue-se à soberania de Deus. Bonhoeffer escreveu na prisão: ‘Com certeza, nem tudo o que ocorre é simplesmente a vontade de Deus; ainda assim, em última instância nada acontece ‘sem a vontade de Deus’. (Mateus 10.29 – em cada evento, ainda que desagradável, há um acesso a Deus).

Esse é o Deus em quem nós confiamos, aquele que utiliza cada contexto para seus propósitos grandiosos. Vamos refletir: o que Deus está fazendo através disto e o que Ele está nos ensinando por meio deste momento sem precedentes na história?

6. Revise e mude coisas à medida que novas evidências surgirem

Ao mesmo tempo, cultive um hábito de contínuo aprendizado. Disponha-se a reavaliar, adaptar e mudar ao passo que novas evidências e contextos surgirem ao nosso redor.

Que Deus faça de nós líderes tais, que entendam os tempos e saibam o que fazer, assim como os homens de Issacar.

“E dos filhos de Issacar, duzentos de seus chefes, destros na ciência dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer, e todos os seus irmãos seguiam suas ordens.” 1 Crônicas 12:32


Santhosh Mathew
Secretaria Regional do ICMDA, Sul da Ásia

Tradução: Médicos de Cristo

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